Friday, June 29, 2018

Enquanto os Dentes (livro)




Reparando no post anterior, sobre livros que retratam o universo LGBTQI+ (desculpem, mais uma vez, repito, não sou lgbt e não estou atualizado nas siglas e categorias), no dia de seu orgulho, vi que o livro do meu amigo escritor Carlos Eduardo Pereira, "ENQUANTO OS DENTES", está na lista :D

É mais do que óbvio que eu jamais colocaria aqui o livro para baixar, porque o Carlos está começando uma brilhante carreira de escritor, que ainda vai trazer obras maravilhosas, mas não há qualquer certeza que ganhará "milhões"... e este é o meu critério de "pirataria".

Então, COMPREM O LIVRO, como eu o fiz. Na minha sincera opinião, a qual nem para ele disse, o livro é extremamente bem escrito, o que o insere na grande tradição da literatura brasileira.

Abaixo, o link na cultura, PARA COMPRA:

https://www.livrariacultura.com.br/p/livros/literatura-nacional/romances/enquanto-os-dentes-46740948

Ainda, uma resenha do livro escrita pelo portal SUPLEMENTO PERNAMBUCO:

Uma construção narrativa, todo mundo sabe, se faz a partir de escolhas. Para escrever o Enquanto os dentes, tive que fazer as minhas. Há inúmeras possibilidades de leitura para cada uma dessas escolhas, incontáveis, ou possibilidades de interpretação (e é esse o grande barato da literatura), apresento algumas.

O primeiro elemento sobre o qual me debrucei foi o narrador. Precisava encontrar uma voz que conduzisse tudo. A questão era definir se seria o Antônio contando a sua própria história ou se faria mais sentido utilizar um narrador em terceira pessoa. Acabei optando por alguém que vai junto, que acompanha o protagonista por todo lugar (e, assim, talvez trazendo com ele o leitor), alguém que sempre esteve colado nesse protagonista, que sabe tudo que ele pensa e sente. Um narrador que observa e, apenas, relata. Ele até traz para nós algumas de suas opiniões, claro (afinal, temos acesso somente ao que ele escolhe para jogar uma luz em cima), mas não me interessava que ele fosse uma espécie de apresentador de programa-dramalhão-da-tevê.

(O livro toca em assuntos relevantes, e que, felizmente, estão sendo discutidos em diversas arenas contemporâneas: o lugar, ou lugares que os negros ocupam em nossa sociedade; a questão, ou questões relativas aos deficientes físicos; a pauta, ou pautas relacionadas à intolerância. Mas seriam todos esses assuntos pertinentes para o registro romance? A intenção era escapar do panfletário, fugir das soluções prontas (que nem existem e, se existissem, eu não saberia reconhecer, tenho certeza). Entendo que determinadas bandeiras, que pessoalmente são bandeiras minhas, precisam vir por cima de tudo, na comissão de frente, mas por baixo delas deve haver uma série de outras camadas, camadas que apontam para o que há de comum a todos, que apontam para as questões universais. Um pouco por isso escolhi não nomear nenhuma rua que aparece no Enquanto os dentes, nenhum bairro, nenhuma praça (ninguém percebe, mas o livro descreve lugares sem nomeá-los), porque talvez algo que ocorra no Rio também ocorra em Manaus, a Baía de Guanabara talvez caiba em outras baías. Um outro motivo, esse relacionado às questões internas do protagonista, é que Antônio se torna cadeirante em determinado momento de sua vida, mas ele sempre teve uma relação de movimento e contato com a cidade, e quer seguir com essa relação, só que agora a cidade é outra, seus pontos de referência mudaram. É diferente andar pelas calçadas, é diferente frequentar os lugares. Então, se o Antônio é outro e a cidade é outra, os lugares não podem ter o mesmo nome, já são outros lugares. Acredito que a ficção, por uma potência estética que ela tem, pelo uso de símbolos – que são símbolos, sim, mas nem por isso são menos reais –, a ficção possui um caráter altamente transformador da realidade. É minha aposta.). 

Certa vez, enquanto eu passava em frente ao terminal das barcas, na Praça XV, pensei: e se o cadeirante Antônio tivesse que cruzar a Baía para chegar ao seu destino? Fazia sentido, já que eu tinha me proposto a fazê-lo circular pela cidade usando diferentes tipos de transporte público, trabalhando uma realidade que é minha também, de todo dia, propondo uma investigação de como nos relacionamos com os centros urbanos de hoje, uma investigação que está sendo revista o tempo todo. Ainda tinha que o mar tem seus movimentos, suas instabilidades, e isso se encaixava muito bem no que eu procurava. O livro acontece no período de algumas horas de um dia no Rio de Janeiro, quando Antônio precisa (mas não quer de jeito nenhum) ir para um lugar determinado. É possível imaginar que ele tenha tentado se manter em movimento enquanto pôde, por isso talvez seja possível também que esse trajeto se dê de maneira truncada, avançando e recuando, avançando e recuando. Procurei traduzir essa vacilação na forma: o Enquanto os dentes é um livro contínuo, sem divisões em capítulos ou partes, numa tentativa de exprimir formalmente esse desejo de se manter em movimento, e essas vacilações, esse “vou, mas não quero”, de Antônio. Se num parágrafo ele está seguindo em frente (tomando contato com as coisas e com as pessoas com quem ele esbarra no caminho), no próximo pode ser que ele seja transportado para o passado (movido por gatilhos que encontra nessas mesmas coisas e nessas mesmas pessoas com quem ele esbarra), sem aviso, num fluxo próprio do pensamento mesmo. E os obstáculos físicos da cidade também espelham seus obstáculos emocionais, quando um rebaixamento no meio-fio está de um lado da calçada, facilitando a circulação, mas não está do outro, forçando um desvio improvisado.

Uma outra escolha, quem sabe relevante, é a da construção meio apagada dos personagens. Jogar muita luz, por exemplo, nas características físicas de um personagem ou de outro, às vezes faz cegar. Podia ser, em alguns casos, que esmiuçando muito eu acabasse direcionando demais a leitura. Eu sempre procuro optar por uma condução mais discreta, deixando umas sombras (que, sim, são partes integrantes da composição e das motivações de um personagem) para o leitor. O próprio Antônio, novamente para exemplificar, só fala em discurso direto uma única vez, a última palavra do livro. E foi muito nessa linha que cheguei àquele final, um final de interjeição, de dúvida, de um silêncio que talvez contraste com esses nossos tempos ruidosos.

* Carlos Eduardo Pereira é escritor e recentemente lançou seu primeiro livro, Enquanto os dentes  (Todavia).
 
 Abaixo, um pequeno teaser-trailer com o próprio autor falando da obra:





No Dia do Orgulho LGBTQI+, conheça 10 livros que abordam temática



(reportagem originalmente publica em O GLOBO - https://oglobo.globo.com/cultura/livros/no-dia-do-orgulho-lgbtqi-conheca-10-livros-que-abordam-tematica-22831055 )


RIO — A homoafetividade é um tema recorrente da literatura — embora nem sempre ela seja apresentada de forma explícita. Para escapar do preconceito e da censura, a temática, segundo o escritor e pesquisador Samir Machado de Machado, já foi obrigada a aparecer nas entrelinhas, mas com o tempo se liberou.

OUÇA: DJ cria playlist para celebrar Dia do Orgulho LGBTQI+

Para celebrar o Dia do Orgulho LGBTQI+, convidamos Samir, autor dos romances "Homens eLegantes" (Rocco, 2016) e "Tupinilândia" (Todavia, 2018), para selecionar10 livros que mostram a evolução das relações entre literatura e homossexualidade.

"Maurice", de E. M. Forster
Adaptado ao cinema pelo mesmo James Ivory que ganhou o Oscar esse ano por "Me chame pelo seu nome", o livro póstumo de Forster narra a relação entre dois jovens na Inglaterra do início do século XX, inspirada na vida real do ativista Edward Carpenter.

LEIA MAIS: 'População homossexual brasileira sofreu e ainda sofre um massacre', diz João Silvério Trevisan

"Dois garotos se beijando", de David Levithan
Dois garotos decidem bater o recorde de beijo mais longo, e a transmissão ao vivo afeta a vida de outros cinco adolescentes gays em diferentes situações de vida — tudo narrado por um coro, formado pelos mortos na epidemia de AIDS dos anos 80.

"A linha da beleza", de Alan Hollinghurst
Na Londres do início dos anos 80, um jovem gay recém-formado acaba indo morar como “agregado” na casa de um político conservador em Notting Hill, explorando a hipocrisia da alta sociedade londrina e da política inglesa.

"Moby Dick", de Herman Melville
Ishmael e Queequeg, dois marinheiros que se conhecem ao dividirem uma cama num quarto de pensão, criam uma amizade íntima selada como “casamento” e embarcam na busca obsessiva pela grande baleia branca — ou "sperm whale", em inglês— em um dos livros mais fálicos e homoeróticos da literatura

"Por que calar nossos amores?", organizado por Guilherme Gontijo Flores
Seleção bilíngue de poesia homoerótica latina, como Ovídio, Marcial e Petrônio, com destaque para o trecho completo da "Eneida" de Virgílio sobre o casal de heróis Niso e Euríalo.

"Me chame pelo seu nome", de André Aciman
Adaptado para o cinema este ano, uma exploração sensorial e psicológica do despertar do desejo do adolescente Elio por Oliver, o estudante universitário que se hospeda na casa de sua família, num verão no norte da Itália nos anos 80.

Cena do filme "Me chame pelo seu nome", adaptação do livro de André Aciman - Divulgação
 
"Amora", de Natália Borges Polesso
Vencedor do Jabuti em 2016, o livro reúne contos sobre personagens lésbicas em diferentes situações e momentos da vida, indo do humor ao drama, com destaque para o conto "Tia Marga" no qual, durante o funeral de uma tia, a narradora conclui que alguém tem que assumir o papel de tia fofoqueira da família.

"Enquanto os dentes", de Carlos Eduardo Pereira
Um cadeirante negro e homossexual reflete sobre seus relacionamentos passados e o convívio difícil com o pai militar, durante uma travessia para Niterói. Um livro intenso e duro sobre a vida difícil de alguém fisicamente forçado a ver o mundo sempre “por baixo”.

"O quarto de Giovanni", de James Baldwin
Escrito e publicado nos anos 50 e de tons biográficos, conta sobre David, um jovem americano em Paris que se apaixona pelo garçom italiano Giovanni, enquanto aguarda a chegada da noiva Hella. Dividido entre os dois, enfrenta um vazio existencial.

"Devassos no Paraíso", de João Silvério Trevisan
Um clássico da História LGBT brasileira e o mais completo estudo sobre homoafetividade no Brasil, será enfim relançando em nova edição, revista e ampliada, a partir de agosto.

Thursday, June 28, 2018

Curso Online Grátis: LGBT+ Conceitos e Histórias Diversificando seu olhar de mundo



A VEDUCA (que não conheço) e a SERASA EXPERIAN (que gostaria de não conhecer mas... quem já não teve o seu nome sujo por um cheque que voltou?) estão disponibilizando um curso online grátis sobre questões de gênero.

Uma amiga fez a primeira aula e tem gostado.

Quem sabe seja uma boa para o público mais "leigo" :)

Perversão muito além da cama (Livro - Divulgação)





O Daniel Lima, que não conheço mas é amigo de um grande amigo do Facebook, está divulgando o livro Perversão - Muito Além Da Cama, escrito por Carolina Gaio, para o qual ele colaborou, sob a alcunha de Medieval Dragon, com uma entrevista sobre a intersecção entre BDSM e Poliamor, onde abordam diversos outros temas, desde preconceitos a situações inusitadas.

Leia um pequeno trecho abaixo:

“Na sociedade atual, o sexo ou qualquer assunto relacionado ao prazer sexual é ainda um tabu, cercado de má interpretação e que pode trazer à tona vários tipos de discriminação e de outras sanções sociais (desde bullying até agressão física).

A analogia entre BDSM e violência, a conotação pejorativa do sexo casual, a generalização do sadomasoquismo como prática homossexual e a confusão do poliamorismo com promiscuidade são exemplos claros da falta de conhecimento e do preconceito que permeiam o meio baunilha e que podem ter um efeito devastador no estilo de vida de um indivíduo.”

A quem interessar, Perversão - Muito Além Da Cama está à venda aqui neste link:

https://www.razzaheditorial.com.br/produto/perversao/ 

IMPORTANTE: Jamais farei "pirataria" ou algo parecido em cima de pessoas que não ganham milhões... ja as que ganham milhões... :P

Tese de Doutorado de Duina Porto sobre POLIAMOR/Direito



Amigos/as, após a divulgação em meu face de que estou fazendo o blog, tive a grande notícia de que a tese de doutorado de uma grande amiga (que se formou comigo em direito la na UFPE) foi justamente sobre POLIAMOR :D

Ela, gentilmente, me cedeu a tese e me autorizou a publicar para qualquer interessado ler.

Chama-se:

"O RECONHECIMENTO JURÍDICO DO POLIAMOR COMO MULTICONJUGALIDADE CONSENSUAL E ESTRUTURA FAMILIAR", de Duina Porto .

Claro, há muitas partes que só acadêmicos, e outras que só acadêmicos de Direito, vão entender ou se interessar... mas há um descrição do contexto histórico de como a "monogamia" se desenvolveu, bem como os recentes entendimentos no direito brasileiro de como o conceito de "família" está começando a transitar de algo "jurídico", "religioso", "moral", para um campo baseado primeiramente em relações de "afeto".

Pelo que li até agora, mais ou menos metade, está sensacional. Mesmo quando, eventualmente, não se concorda com a posição da autora ou sobre os autores que ela cita, há algo a se aprender.

A primeira e a segunda parte, que terminam ali pela página 133, são mais acadêmicas e dão contextos históricos e jurídicos.

A terceira e quarta parte, que começam ali na página 134, são mais "livres" e se concentram mais na afetividade e nas relações não-monogâmicas em si.

Quem não quiser fazer o download no blog ( poliefetivo.blogspot.com ) , pode fazer neste post pois, repito, a autora é gente boníssima e fez a tese JUSTAMENTE para que seja lida pelo máximo de pessoas interessadas :D


Texto para leitura online:

 

Wednesday, June 27, 2018

A escritora que redescobriu a sexualidade após separação

 

 (Reportagem original em https://www.bbc.com/portuguese/geral-44564590 )

Faz sete anos que a americana Emily Witt decidiu começar a escrever seu livro. Ela tinha 30 anos na época e havia acabado de terminar um relacionamento.
"Eu estava frustrada", conta. "Só queria me casar, me acomodar. Achava que isso ocorreria automaticamente à medida que as pessoas envelhecessem. Mas obviamente não aconteceu comigo."
Na ocasião, o aplicativo Tinder havia acabado de ser lançado, e a paquera online vivia um boom.
A pornografia na internet e chats de vídeo ao vivo também povoavam o inconsciente de Witt. Mas ela, como autodeclarada tradicionalista, descartava qualquer uma dessas possibilidades.
"Achava que, se quisesse conhecer um namorado sério que fosse virar meu marido, tinha que seguir os rituais tradicionais de namoro."
A subversão dessas noções preconcebidas acabou virando o cerne de seu livro, Future Sex (Sexo Futuro, em tradução livre), em que Witt se lança a explorar a fundo suas possibilidades sexuais.
  
Cerimônia de casamento coletivo: autora sonhava com um casamento tradicional, mas viu que seu futuro não caminhava para isso

 

Namoro online

Foi justamente o primeiro passo - registrar-se em um site de relacionamentos - que deu a Witt um novo impulso.
"Havia um sentimento real de 'você não está sozinha'. São tantas pessoas na mesma situação. Não consigo imaginar o quão desesperador deveria ser para os solteiros antes de existir o namoro online."
O passo seguinte a levou além: ela foi contratada para escrever a respeito de um site que transmitia vídeos de sexo. "Achei que seria algo típico, entediante. Mas diversas mulheres estavam usando isso (o site) de um modo diferente", conta Witt.
"Elas estavam experimentando; era algo mais relacionado a autoconhecimento, a usar o site para intermediar encontros anônimos e tentar coisas novas. Para muitas, era uma forma de ganhar autoconfiança e de se sentir desejada."
  
 
Prática do poliamor (como a mostrada na foto acima) mudou atitude da autora diante dos relacionamentos

Acima de tudo, diz Witt, ela notou um número crescente de pessoas se abrindo a novos tipos de relacionamento, inclusive os que não se limitavam a um casal.
"Os poliamorosos acabaram sendo os meus guias", conta a autora. "Eles acreditam que você pode ter mais de um relacionamento simultaneamente. Eles experimentam e conversam e têm estratégias para lidar com conflitos, para se assegurar de que as conversas são honestas - é um tipo de inteligência emocional."
Witt diz que isso mudou radicalmente sua atitude diante dos relacionamentos.
"Aprendi a gostar de tudo o que eu antes considerava uma ameaça às relações tradicionais. Eu tinha muito medo de até mesmo considerar a ideia de um relacionamento aberto ou de (consumir) pornografia."
  
 
Até começar seu livro, Witt diz que sequer considerava explorar pornografia ou relacionamentos abertos 
 
A experiência mais reveladora de sua pesquisa foi visitar o set de filmagem de um filme pornográfico.
"Tive a chance de ver pessoas tão confortáveis com seus corpos e sua sexualidade; não há praticamente nada que possa envergonhá-los. Isso me fez pensar: 'por que eu tenho tantas neuras quanto a ficar pelada?'."
Essa pequena jornada fez Witt reavaliar sua própria atitude diante do sexo.

Futuro do sexo - e robôs?

"Tantas mulheres foram ensinadas a pensar no sexo como algo secundário dos relacionamentos, ou alimentaram essa ideia de que você é mais atraente se for reservada quanto a seus desejos sexuais", opina a autora.
"E isso simplesmente não é verdade. Todo o mundo se dá melhor quanto se sente confortável e confiante. Isso não significa que você precisa ser dominadora - só que suas relações serão mais saudáveis quanto mais você souber de seu valor sexual."
  
 
Para autora, inteligência artificial e realidade simulada podem ajudar no autoconhecimento sexual

Witt hesita quando a conversa se volta ao tema de robôs e sexo por realidade virtual.
"A maioria dos robôs do sexo - como eles são imaginados - serve para um propósito de trabalho sexual ou doméstico, não para um relacionamento. Uma pessoa solteira não poderá descrever a um fabricante de robô como fabricar uma pessoa que eu ame. Não é algo que possa ser gerado."
Mas ela vê com otimismo o potencial da tecnologia, se usada de forma mais inventiva.
"Eles (robôs) podem ajudar muito na questão do autoconhecimento. Desde consolos sexuais até experiências de realidade simulada, a tecnologia permite que você experimente coisas. Sim, muito da sexualidade tem a ver com a prática física, mas em primeiro lugar trata-se de entender quais são as suas fantasias e o que te atrai."

 

Aceitação de ser solteira

Witt conta que, ao escrever Future Sex, temia não conseguir mais encontrar um namorado. "Achei que ninguém ia querer sair comigo depois de eu ter tido tantas experiências sexuais", diz.
Mas ela acabou descobrindo que o livro ajudou sua vida social.
"Apesar de no momento eu estar em um relacionamento, me sinto muito mais calma quanto a ficar solteira outra vez, se isso acontecer", conta. "Não tenho mais medo de viver uma vida diferente. Se você é solteiro, há menos estigma e mais oportunidade de encontrar uma comunidade e praticar sexo seguro e proveitoso, principalmente como mulher."





Aqui abaixo, o livro para download, só existe em inglês, na LIBGEN. Clique nos links em azul e depois em GET, também em azul. O livro está em EPUB, mas pode ser facilmente transformado em .mopi, pdf, etc... usando o programa CALIBRE. (Qualquer dúvida quanto ao uso do Calibre, posso tentar ajudar!)

 http://gen.lib.rus.ec/book/index.php?md5=97AB6908C58B843472CA05049C271C3B


P.s.: Li este livro logo após me separar, tentando entender o "sexo do futuro", o atual sexo. Achei o livro "bom", interessante, mas não espetacular... mas indico sim!

Tuesday, June 26, 2018

Falando no outro blog...



... creio que algumas séries e filmes se inserem nas questões POLI, LGBT e da luta das mulheres neste momento.

Seriam:

THE HANDMAID´S TALE - S01 :
https://drive.google.com/drive/folders/0B6QSkdlBWtDhYkdTVklVanhPVnM

THE GIRLFRIEND EXPERIENCE - S01
https://drive.google.com/drive/folders/0B68LIoNBy5C4VThEN1hCX2RLNW8

O RENASCIMENTO DO PARTO
https://drive.google.com/drive/folders/0BxZUKCtUTYaGeHBDWFRQOTlrMzg

MULHER-MARAVILHA
https://drive.google.com/drive/folders/0B1nxYXqworhtaVhNRGhwWUVZV1U

ENGLAND IS MINE (cinebio do Morrissey antes da fama)
https://drive.google.com/drive/folders/0BzQcU0lDkwbWWTl4bmRJVWFVRUE

PREDESTINATION (só vendo para entender o que tem a ver com questão de gênero :D )
https://drive.google.com/drive/folders/0BzQcU0lDkwbWMjZTaVlOWDBWQzA

THE STOPOVER
https://drive.google.com/drive/folders/0BzQcU0lDkwbWalIzMnIyb1cyNDg

THE ONE I LOVE (os casais e suas perfeições/imperfeições)
https://drive.google.com/drive/folders/0BzQcU0lDkwbWenFFbEEtbmM4dEU

 CRISTINE
https://drive.google.com/drive/folders/0BzQcU0lDkwbWcnlsbmJkNjFZRE0

KATE PLAYS CRISTINE (quase um acompanhamento para o filme acima)
https://www.amazon.com/clouddrive/share/IdxDWVGO4wmd5wS6A6lREyLg4PMwlYxv789NtnNaBjo/folder/6MBRepWgQ4GfVd-5Uunq1Q?_encoding=UTF8&*Version*=1&*entries*=0&mgh=1

BIG LITTLE LIES - S01
https://www.amazon.com/clouddrive/share/2HNn6FJf3ckydg0GNAzUonE0CML5mE2bGOeZg2m58Ck/folder/9mFKtQRzQTajgNyUMtLmsw?_encoding=UTF8&*Version*=1&*entries*=0&mgh=1


Bem, há muito, MUITO mais coisas.
Fiquem a vontade em RACSHADE.BLOGSPOT.COM .






Já ia me esquecendo de... TRANSPARENT!

Em outro blog, no qual postava séries e filmes para amigos que não sabiam os caminhos da internet, postei as 4 temporadas de TRANSPARENT que, apesar do problema envolvendo a saída do ator principal, Jeffrey Tambor, acusado de assédio no set, ainda é uma das melhores obras produzidas no gênero. Abaixo, os links. Quem quiser ver o que há no outro blog, fique à vontade, não é POLI nem LGBT, mas há muita coisa boa para baixar :D





4ª TEMPORADA:  https://drive.google.com/drive/folders/0BzQcU0lDkwbWU2tmcmtfQWppbUE

3ª TEMPORADA: https://drive.google.com/drive/folders/0B8pdAbD9yCGqS19mZGJxWEl1Ylk

1ª e 2ª TEMPS: https://drive.google.com/drive/folders/0B68LIoNBy5C4N3ZpMUJfRnFkTzQ

Hannah Gadsby: Nanette

 


Aqui o trailer, para esquentar...

Um Stand-Up feito por uma comediante "com pouco conteúdo lésbico", mesmo ela sendo uma lésbica que fica mais de uma hora diante da platéia :D

Dica fantástica de uma amiga, mesmo se você não é LGBT, vai encontrar risadas e muito mais nesta pequena jóia.

Boa Viagem!

(Bem, já vi que o Netflix não está de brincadeira e, mesmo fazendo o upload para um site RUSSO, foi tirado do ar... então, que restem os links para download, abaixo do post!)

Stand1-2 от rutube_account_2747381 на Rutube.




Neste site abaixo, CHINÊS, você precisa esperar uns 60 segundos de propagandas para começar a ver o vídeo... então, paciência:

https://v.youku.com/v_show/id_XMzY4ODkyNjU4NA==.html?spm=a2hzp.8244740.0.0



RETROCESSO: Cartórios são proibidos de fazer escrituras públicas de relações poliafetivas

Apesar dos avanços no reconhecimento de uniões LGBT e Poliafetivas, os retrocessos também acontecem, como podemos atestar na recente decisão do CNJ (Conselho Nacional de Justiça):


26/06/2018 - 14h59 

O Plenário do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) decidiu, nesta terça-feira (26/6), que os cartórios brasileiros não podem registrar uniões poliafetivas, formadas por três ou mais pessoas, em escrituras públicas. A maioria dos conselheiros considerou que esse tipo de documento atesta um ato de fé pública e, portanto, implica o reconhecimento de direitos garantidos a casais ligados por casamento ou união estável – herança ou previdenciários, por exemplo.
Na decisão, o CNJ determina que as corregedorias-gerais de Justiça proíbam os cartórios de seus respectivos estados de lavrar escrituras públicas para registar uniões poliafetivas. A decisão atendeu a pedido da Associação de Direito de Família e das Sucessões, que acionou o CNJ contra dois cartórios de comarcas paulistas, em São Vicente e em Tupã, que teriam lavrados escrituras de uniões estáveis poliafetivas. 
De acordo com o relator do processo, ministro João Otávio de Noronha, as competências do CNJ se limitam ao controle administrativo, não jurisdicional, conforme estabelecidas na Constituição Federal.
A emissão desse tipo de documento, de acordo com o ministro Noronha, não tem respaldo na legislação nem na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF), que reconhece direitos a benefícios previdenciários, como pensões, e a herdeiros apenas em casos de associação por casamento ou união estável.
“(Nesse julgamento) eu não discuto se é possível uma união poliafetiva ou não. O corregedor normatiza os atos dos cartórios. Os atos cartorários devem estar em consonância com o sistema jurídico, está dito na lei. As escrituras públicas servem para representar as manifestações de vontade consideradas lícitas. Um cartório não pode lavrar em escritura um ato ilícito como um assassinato, por exemplo”, afirmou o ministro Noronha.

Delimitação do debate

A presidente do CNJ e do STF, ministra Cármen Lúcia, fez uma ressalva para delimitar o objeto da discussão. “O desempenho das serventias [cartórios] está sujeito à fiscalização e ao controle da Corregedoria Nacional de Justiça. Por isso exatamente que o pedido foi assim formulado. Não é atribuição do CNJ tratar da relação entre as pessoas, mas do dever e do poder dos cartórios de lavrar escrituras. Não temos nada com a vida de ninguém. A liberdade de conviver não está sob a competência do CNJ. Todos somos livres, de acordo com a constituição”, disse.

 

Vista

A votação foi iniciada na 270ª Sessão Plenária, no dia 25/4, mas interrompida por um pedido de vista regimental do conselheiro Aloysio da Veiga. Depois, na 272ª Sessão Ordinária, o conselheiro Valdetário Monteiro pediu vista, apresentando posicionamento na sessão desta terça-feira (26/6), em que seguiu o voto do relator.
Ao final da votação, oito conselheiros votaram pela proibição do registro do poliamor em escritura pública. A divergência parcial, aberta pelo conselheiro Aloysio Corrêa da Veiga, teve cinco votos. Para Corrêa da Veiga, escrituras públicas podem ser lavradas para registrar a convivência de três ou mais pessoas por coabitação sem, no entanto, equiparar esse tipo de associação à união estável e à família.

Houve ainda uma divergência aberta pelo conselheiro Luciano Frota, que não obteve adesões no Plenário. Frota votou pela improcedência do pedido e, portanto, para permitir que os cartórios lavrassem escrituras de união estável poliafetiva. Antes de ser publicado, o texto final será redigido pelo relator do processo Pedido de Providências (PP 0001459-08.2016.2.00.0000), ministro corregedor nacional de Justiça, João Otávio de Noronha. 
Manuel Carlos Montenegro 
Agência CNJ de Notícias

Sunday, June 24, 2018

Saturday, June 23, 2018

James - NOTHING BUT LOVE

Sou completamente suspeito para falar das músicas desta banda, pois sou fã há uns 20 anos.

(tive a sorte de ver um show deles ao vivo em SP, o que risquei dos meus desejos antes de morrer)

O que sempre adorei no JAMES foi a facilidade em escrever letras poéticas sem precisar apelar para construções complicadas. A pessoa mais simples, a pessoa mais sofisticada, pode ouvir a música, ler a letra e se identificar.

Por isto, amor tanto a música deles NOTHING BUT LOVE e seu clipe tão delicado e poético:


 

NOTHING BUT LOVE
Nothing but love gives the world some meaning
Nothing but love is the drug of Healing
Lover be soft, lover be bold
Earthquake, avalanche, volcano
Nothing but love
I've got nothing but love
Nothing but love stops the mind from grinding
Nothing but love flushes hearts from hiding
Deeper we dive, nowhere to hide
Earthquake, avalanche and goodbye
Nothing but love fills the hole I'm hiding
Nothing but love from the well we're drinking
Into the highs deal with the lows
Earthquake avalanche volcano
For all, there's no answers only dancers
For all, love me now, I'll pay the cost
Nothing but love
I've got nothing but love
Nothing but, nothing but love
I've got nothing but love
I've got nothing but love
Nothing but, nothing but love
Nothing but love!



É bom lembrar que, em 1993, quando os rótulos heteronormativos eram ainda mais fortes, a banda já jogava todos eles para o alto, como mostra no clipe da música LAID (que talvez seja a única música conhecida por não fãs, visto que era da trilha do filme American Pie, e de vários outros que se seguiram):




LAID

This bed is on fire with passionate love
The neighbors complain about the noises above
But she only comes when she's on top

The therapist said not to see you no more
She said you're like a disease without any cure
She said I'm so obsessed that I'm becoming a bore, oh no

Ah you think you're so pretty
Caught your hand inside the till
Slammed your fingers in the door
Fought with kitchen knives and skewers
Dressed me up in women's clothes
Messed around with gender roles
Line my eyes and call me pretty

Moved out of the house so you moved next door
I locked you out you cut a hole in the wall
I found you sleeping next to me I thought I was alone
You're driving me crazy when are you coming home

Laid
Laid

The Ethical Slut (web serie)



O livro THE ETHICAL SLUT foi transformado em web-serie (livremente adaptada, segundo os criadores da série) e está disponível inteiramente no Youtube (já na 4ª temporada):

IMPORTANTE: o áudio, para variar, é em inglês. No entanto, mexendo nas configurações do Youtube, é possível a tradução das legendas automaticamente para o português, basta dar uma fuçada nas opções que aparecem no ícone "engrenagem"...

Abaixo, a primeira temporada:
















"Ame, apesar de tudo", TED de Andrew Solomon


Nesta palestra extremamente emocional, o escritor e jornalista Andrew Solomon conta suas experiências com pais e crianças "diferentes", e como cada um teve que encontrar uma maneira de amar o não-convencional para se tornarem pais/mães, pessoas, melhores.

Atente-se para a ligeira menção a um rede de pais/mães e filhos/filhas criada por Solomon, seu marido e suas amigas lésbicas, ali pelo minuto 18:50!

Abaixo, link para o livro que originou a palestra, LONGE DA ÁRVORE, em português e em vários formatos:

https://drive.google.com/open?id=1ZTba55QK-Q65WAnMB__bI7keHIdjyGvf

More than Two




More Than Two: A Practical Guide to Ethical Polyamory is a non-fiction book about the ethics of consensual non-monogamous relationships, written by Franklin Veaux and Eve Rickert, and with a foreword by Janet Hardy, co-author of the book The Ethical Slut.[1] The origins of the book can be traced back to a website by the same name, started by Veaux in 1997 as one of the first web resources about polyamory.[2]
More than Two was finalist in the 2014 Indiefab Awards in the category Adult, non-fiction (family and relationships).[3]

"Mais Que Dois: Um Guia Prático para o Poliamorismo Ético" é um livro de não-ficção sobre a ética dos relacionamentos consensuais não-monogâmicos, escrito por Franklin Veaux e Eve Rickert, com um prefácio de Janet Hardy, co-autora do livro "A Puta Ética" (tradução livre, ainda não disponível em português). As origens do livro podem ser traçadas a partir do site de mesmo nome ( www.morathantwo.com ), criado por Veaux em 1997 como uma das primeiras fontes na Web sobre Poliamorismo.
"Mais Que Dois" foi finalista, em 2014, do Indiefab Awards na categoria Adulto, não-ficção (família e relacionamentos).


Infelizmente, o livro ainda não tem tradução em português. Os links abaixo, em vários formatos, são todos em inglês. Há a intenção de se fazer uma tradução sem fins lucrativos e sempre com propósito educacional, mas é preciso haver paciência até que um projeto deste calibre se efetive.

Como brinde, segue também vários formatos do livro "The Ethical Slut" (que adoraria traduzir para A PUTA ÉTICA) :D




https://drive.google.com/drive/folders/1hO2EgKsjKdoqsenj0Tn8YbNgsaHn2fks?usp=sharing



Amores Livres



Série em 10 capítulos que procura dimensionar as várias possibilidades de Poliamorismo/Poliafetividade.

Todos os capítulos podem ser baixados ou vistos em streaming, nos links abaixo.

Qualquer problema, sou todo dedos para resolver!



http://dai.ly/x6md4es
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Friday, June 1, 2018

E agora, com vocês, uma breve introdução...




Este minúsculo blog tem a intenção de se tornar uma pequena BIBLIOTECA EDUCACIONAL sobre questões de POLIAFETIVIDADE e de GÊNERO (LGBT e afins).

Não há qualquer senso comercial envolvido, não há qualquer palavra final, todas as formas de amor serão respeitadas, dentro do confuso mundo possível.

Contribuições serão bem-vindas, sejam vídeos, livros, textos, músicas... e podem ser enviadas para o e-mail amoreslivres2018@gmail.com .

O autor não é poliamorista, não é LGBT, então, paciência com eventuais equívocos.

Todo o esforço aqui depositado é um grande agradecimento às maravilhosas pessoas que já conheci nestes dois mundos... estou apenas passando adiante o carinho, o afeto, que recebi!

Sejamos todos felizes, como pudermos!