Wednesday, July 11, 2018

Cartoon Network exibe primeiro casamento lésbico em desenhos animados...


(Artigo do UOL)

A conscientização sobre a diversidade é importante desde que somos crianças, certo? Ciente disso, o canal norte-americano Cartoon Network exibiu seu primeiro casamento da comunidade LGBT em um de seus desenhos. 

No último capítulo da quinta temporada de “Steven Universe”, intitulado “Dama de Honra”, aconteceu o casamento entre duas personagens lésbicas: Ruby e Sapphire, sendo o primeiro casamento homossexual em desenhos animados da televisâo. 



Rebecca Sugar, responsável pela criação da animação, é a primeira mulher a criar uma série para a Cartoon Network. Bissexual declarada, a criadora reforça a importância da representatividade em seus personagens para o público infantil e adolescente. 

Com tema futurístico, “Steven Universe” mostra personagens com diferentes formas físicas, etnias, orientação sexual. O primeiro episódio da série foi exibido em 2013 e a trama já foi indicada a dois Emmy Awards, principal premiação da TV internacional.

No link abaixo, 110 episodios da serie para se ver online (nao sei se o ultimo capitulo ja esta disponivel):

Monday, July 9, 2018

DESOBEDIENCIA (FILME)




(CRITICA ABAIXO VINDA DO SITE ADOROCINEMA)

O espectador começa este drama sem conhecer as principais informações sobre as personagens. Vemos Ronit (Rachel Weisz) receber uma ligação importante em seu estúdio fotográfico nos Estados Unidos e fazer uma viagem de volta à Inglaterra, seu país de origem. Mas demoramos a entender o risco de sua presença no funeral, em que circunstâncias saiu do local, quem deixou para trás, quanto tempo ficou fora, qual a sua relação com o falecido. Este início representa a melhor parte do filme, porque propõe uma identificação com a personagem antes mesmo de podermos julgá-la. Ronit está de luto, e perdeu alguém importante. Para o diretor Sebastián Lelio, é isto que realmente importa.



Aos poucos, descobrimos que a fotógrafa viveu um caso amoroso com a amiga Enit (Rachel McAdams) no passado. Dentro de uma comunidade judaica conservadora e pequena, o relacionamento foi motivo de escândalo, levando ao exílio da primeira e ao casamento forçado da segunda. É questão de tempo antes que o reencontro reacenda os sentimentos passados. A narrativa trabalha com um prenúncio de tragédia, uma espécie de equivalência entre o amor e a destruição. O roteiro dedica-se a tornar esta aproximação lenta, delicada, e mais intensa a cada encontro. Quando enfim chegam os beijos e o sexo, o espectador compreende plenamente a natureza do sentimento amoroso de cada uma – Ronit, a bissexual que jamais se relacionou com outras mulheres, e Esti, a homossexual que se esconde num casamento de fachada.




Desobediência faz questão de ressaltar a infelicidade das protagonistas. Esteticamente, este é um mundo cinzento, de dias nublados, personagens vestidos apenas de preto e cinza – seja pelo luto, seja pelo pudor da religião -, trilha sonora fúnebre, montagem lânguida, e câmeras opressivamente focadas nos rostos, de modo a captar cada olhar furtivo e nostálgico, cada humilhação em silêncio. Enquanto isso, rabinos discursam sobre os perigos do livre arbítrio (os homens, diferentemente dos anjos e dos animais, têm a possibilidade de descumprir a vontade de Deus, ele afirma) além do valor da honra, da autoridade masculina, das obrigações conjugais. A profunda violência da trama acontece através de palavras e de um asfixiante código moral.



A pesada atmosfera serve ao mesmo tempo como atributo, em termos de realismo e respeito às regras judaicas, e como desvantagem no que diz respeito ao ritmo e à evolução das personagens. Lelio não enxerga nenhuma possibilidade de respiro, nenhuma metáfora que faça as personagens felizes – Rachel McAdams e Rachel Weisz estão condenadas a ostentarem um semblante doloroso cena após cena, como se segurassem as lágrimas ao longo de quase duas horas de duração. Ambas possuem recursos de sobra (mesmo com o sotaque britânico vacilante de McAdams), completando o trio com o brilhante Alessandro Nivola, mas suas personagens praticamente não se desenvolvem – o desejo sexual e o sentimento amoroso existiam desde o começo, e continuam existindo da mesma forma até o final. Lelio demonstra maior preocupação social do que estética, sendo incapaz de oferecer alternativas aos close-ups. De certo modo, ele critica a opressão sendo igualmente opressor.





Desobediência se sobressai positivamente pela coragem em adotar unicamente o ponto de vista feminino, pela frontalidade na abordagem do sexo, e por preferir os dramas internos ao espetáculo de choros, brigas e lágrimas. Este é um drama à moda antiga, do tipo que coincide profundidade de personagens com a intensidade de seu sofrimento, acompanhando-os tacitamente através de um périplo esperado. Ao espectador, cabe o olhar de compaixão, mas jamais o posicionamento crítico. Este é um projeto de piedade, ternura e cumplicidade. Mesmo assim, a cartilha humanista é desempenhada com competência, graças ao trio de atores bem escolhidos, que talvez pudessem oferecer ainda mais caso o projeto permitisse maior criatividade ou variação.


LINK:

https://drive.google.com/open?id=10a1iKPBnouEKAQ8eOrOn_c5Pux83RTNt

Mais uma IMPORTAÇÂO de links do blog sobre séries/cinema, com filmes e series que têm a ver com este blog...


*AVISO: vídeo acima é uma critica ao anime, cheio de spoilers.

STEINS;GATE

Se você é NERD e/ou gosta de ANIME, Steins;Gate, na minha opiniâo é espetacular. Demora um pouco para se entender a histõria, pois tem elementos de scifi em alto nível. A partir QUEER da série demora um pouco para aparecer, ma quando o faz, é LINDO!

O que acho bacana no animes é que os elementos QUEER fazem parte da cultura japonesa. Pessoas nâo binárias é quase um lugar-comum. O que é ótimo, pois a variedade, a possibilidade, a adaptabilidade é A MAIS ESPECIAL CARACTERÍSTICA do ser humano.

Particularmente, prefiro a versao dublada em ingles, com legendas em portugues.

Infelizmente, temos apenas a versao em japones com legendas em portugues, entao prepare-se para a mis-en-cene japonesa no vocais.

LINK:

https://drive.google.com/drive/folders/17a6aT-QJJmA5nmFO_HguJDErmOhVenIJ





CALL ME BY YOUR NAME

Creio que um dos filmes mais badalados do ano passado nao precisa de introduçao :)

LINK:

https://drive.google.com/open?id=1GfqfQEo4usnqEeKxavc-jNvOIx-GKiGc

Tuesday, July 3, 2018

Documento Verdade: Poliamor





Programa do SBT (creio), dividido em duas partes, disponíveis no Youtube.
Apesar de algumas partes serem "mais do mesmo", creio que sempre vale ver. Às vezes, uma experiência específica ressoa com a pessoa que esta vendo, mesmo que ela já tenha visto vários depoimentos sobre o assunto.

Poliamor (mini-doc)






Mini-Documentário sobre POLIAMOR disponível no Youtube (creio que oficialmente, visto que a empresa sempre derruba os vídeos não-oficiais).

Vale assistir :)

Monday, July 2, 2018

"To each, her own" (filme, comédia)


Vi e achei o filme simpático, ri em várias ocasiões.
Como cinema, tem vários defeitos, principalmente o desfecho precipitado, quase "deus-ex-machina".
Mas acho que vale ver, principalmente porque acaba tratando das duas questões deste blog: poliamor e lgbt...

Link abaixo, no original francês com legendas em português:


https://drive.google.com/open?id=1JJlIhF_-ce_NUM7iVehONuAGAXO88WeX

Sunday, July 1, 2018

LUMBERJANES (quadrinhos)




Para quem gosta de HQs/Quadrinhos, a série LUMBERJANE é indicada por 10 em 10 leitores LGBT ou não.

Segue um review da série feito pelo blog VALKIRIAS , em 2016:

"Apaixonada por quadrinhos como sou – e fã da incrível Noelle Stevenson, autora de Nimona eu não poderia deixar passar o lançamento de 2016 da Editora Devir, o quadrinho desenvolvido pela própria Noelle e outras artistas incríveis como Shannon Watters, Grace Ellis e Brooke A. Allen. Juntas, elas criaram as Lumberjanes, cinco amigas que estão passando o verão em um acampamento para garotas e se envolvem com mistérios sobrenaturais, muitas aventuras adolescentes e, claro, o fortalecimento da amizade entre elas.

Originalmente concebida como uma minissérie em oito partes, as aventuras das Lumberjanes tiveram uma recepção tão positiva nos Estados Unidos que o material acabou se transformando em uma série mensal. Além do grande apelo junto ao público, as Lumberjanes também conquistaram a crítica especializada ao receberem o prêmio Eisner – o Oscar dos quadrinhos – de Melhor Nova Série e de Melhor Série para Adolescentes em 2015. O diferencial de Lumberjanes está, claro, em ter sido uma trama criada por uma equipe completamente feminina, o que reflete especialmente na condução das histórias, na diversidade das personagens e, claro, na amizade entre elas.

As cinco amigas que protagonizam as quatro histórias presentes no encadernado número 1 – Jo, April, Mal, Molly e Ripley – não poderiam ser mais diferentes entre si. Tanto em suas características físicas quanto psicológicas, as cinco amigas poderão ser a inspiração para muitas meninas adolescentes, visto que elas são incrivelmente divertidas e donas do próprio nariz, se metendo em confusões pelo simples prazer de desafiar o novo e inexplorado. A variedade de personagens, suas etnias, características e gostos pessoais enriquece muito a trama, visto que os comportamentos diversos trazem um sem número de dinâmicas inspiradas para a história. O quinteto enfrentará yetis furiosos e monstros do rio, desafiará estátuas de pedra para uma queda de braço e tudo isso enquanto exploram uma caverna cheia de obstáculos e se embrenham por florestas à noite.


No Acampamento Para Moças Meninas da Pesada da Senhorita Qiunzella Thiskwin Penniquiqul Thistle Crumpet (ufa!), Jo, April, Mal, Molly e Ripley estão sob a tutela da escoteira mais experiente, Jen (que é negra, outro ponto para Lumberjanes), que, a princípio, não acredita nas histórias mirabolantes das cinco meninas, principalmente quando tais histórias estão reachadas de coisas estranhas, como um ataque inesperado de raposas e mensagens clamando por “cuidado com o sagrado gatinho!”. O que Jen não esperava, no entanto, é se ver envolvida nas aventuras das meninas ao mesmo tempo em que tentam fugir de um esquisito grupo de garotos escoteiros que parecem ter dupla personalidade – e tudo isso enquanto ganham distintivos de “Varei a Noite” para excursões noturnas à floresta, de “Boa na Canoa” para a habilidade de remo no rio e “Distintilho Trocativo”, para trocadilhos espirituosos.

As autoras se apropriam da mística dos acampamentos de verão norte-americanos e os escoteiros para criar um ambiente recreativo no qual as cinco meninas podem se expressar e desenvolver a própria narrativa – o nome do grupo, inclusive, Lumberjanes, vem de um trocadilho com a palavra em inglês lumberjack que nada mais é do que lenhador em português. Ao trocar o final da palavra, ‘jack’, por ‘jane’, as autoras criam uma denominação que subverte seu significado original, tornando feminina uma palavra – e, por que não – uma atividade tão masculina.
O divertido de acompanhar as aventuras das Lumberjanes é que elas, em momento algum, deixam de se divertir ou de descobrir o novo por serem meninas. Elas se jogam no desconhecido, enfrentam desafios e sempre mantem o bom humor e independência enquanto reforçam seus laços de amizade. Uma das características mais divertidas do texto do quadrinho são as referências das garotas: no lugar de simplesmente gritarem de susto ou usar uma onomatopeia comum de espanto, as meninas exclamam evocando nomes como os de Joan Jett, cantora norte-americana, ou Mae Jemison, primeira astronauta afro-americana. Incluir esse tipo de referência durante a trama trabalha à favor de seu leitor que poderá descobrir novas mulheres maravilhosas em que se inspirar.


Por boa parte do quadrinho, inclusive, não há personagens masculinos relevantes. Eles até aparecem em forma de estátua, se é que dá para considerá-la um personagem relevante, e em um dos capítulos há o grupo de escoteiros e o líder misterioso – e louco – deles, mas todas as personagens com nome, interesses e histórias são femininas. Além de Jen, temos outra figura de poder na diretora do Acampamento Para Moças Meninas da Pesada, Rosie. Ela parece saber bem o que está acontecendo no acampamento, principalmente com relação aos acontecimentos bizarros presenciados pelas meninas, mas só poderemos saber mais detalhes a respeito desse mistério nos próximos volumes de Lumberjanes.

As artistas responsáveis pelo design do quadrinho – Shannon Watters e Brooke A. Allen – conseguem passar com maestria a dinâmica das aventuras do quinteto por meio de suas ilustrações coloridas e vibrantes. O roteiro – de responsabilidade de Noelle Stevenson e Grace Ellis – não perde tempo com introduções longas e tediosas e parte logo para a aventura. Nas primeiras páginas já somos arremessadas no meio das confusões das cinco amigas e daí é só correria. O que poderia ficar confuso nas mãos de roteiristas menos aptos se transforma em uma sucessão de acontecimentos empolgantes, nos deixando reféns da história – eu, particularmente, não soltei o quadrinho enquanto não terminei de ler. As Lumberjanes não hesitam diante da ação e o enredo acelerado passa exatamente isso: uma sucessão de acontecimentos intercalados com boas doses de mistérios e desenvolvimento das personagens, tudo dosado de maneira a nos deixar sempre querendo mais. E, talvez, o único ponto negativo de Lumberjanes é justamente isso, a pouca quantidade de páginas (sempre vou querer mais quando adoro a história, desculpa mundo).

Não há dúvidas de que as histórias das Lumberjanes possuem todo o potencial para conquistar leitores de todas as idades, de meninas novinhas à adolescentes e adultas. As aventuras de Jo, April, Mal, Molly e Ripley são espirituosas e animadas, sempre regadas com muito girl power e amizade feminina, além de serem belamente diagramadas, desenhadas e coloridas. Embora não exista no Brasil uma tradição tão forte com os acampamentos de verão, é possível, mesmo assim, se ver identificar com as confusões que as cinco amigas se metem, principalmente pelo fato de que, tirando o fator sobrenatural, elas são garotas como eu ou você. Lumberjanes é um quadrinho indicado para todos aqueles que buscam um entretenimento encantador e, o principal, escrito e protagonizado inteiramente por mulheres. Como as próprias Lumberjanes não se cansam de dizer, “amizade é tops!” e você vai encontrar muito disso nessas histórias."

 

Para os que lêem em inglês, abaixo, um link onde todas as edições estão disponíveis para serem lidas on-line :P

http://viewcomic.com/lumberjanes-001-2014/